Alien: Romulus retorna ao terror espacial

Após a recepção polêmica de Prometheus (2012) e Alien: Covenant (2017), Alien: Romulus surge como um reinício bem-vindo para a franquia. Sob a direção do uruguaio Fede Álvarez, o filme estabelece um equilíbrio impecável entre ficção científica e terror, capturando o suspense e a atmosfera que tornaram o original de 1979 um clássico.

A habilidade de Álvarez, evidenciada em A Morte do Demônio (2013) e O Homem nas Sombras (2016), contribui para a criação de um ambiente claustrofóbico e inquietante.

Situado entre Alien, o Oitavo Passageiro (1979) e Aliens, O Resgate (1986), Romulus segue Rain (Cailee Spaeny), uma jovem determinada a escapar da opressiva vida em um planeta minerador. Ela e seu grupo, com a ajuda de um androide obsoleto da Weyland-Yutani (David Jonsson), tentam invadir uma estação espacial para roubar cápsulas de criogenia e encontrar uma nova vida. O que inicialmente parece uma missão simples rapidamente se transforma em um pesadelo quando a equipe encontra uma ameaça alienígena aterrorizante, transformando sua busca por liberdade em uma luta desesperada pela sobrevivência.

O elenco conta com Cailee Spaeny, David Jonsson, Aileen Wu, Isabela Merced, Archie Renaux e Spike Fearn, e entregam performances sólidas, com a relação entre Rain e Andy servindo como o núcleo emocional do filme, apesar de alguns personagens coadjuvantes não terem tanto impacto nem histórias aprofundadas. A produção peca um pouco no primeiro e segundo ato, em que vemos algumas resoluções de maneira mais aceleradas e uma adição de AI que, particularmente, não vi necessidade a não ser pelo fan service, mas, apesar disso, o filme se desenvolve bem e entrega um final que muitos irão gostar.

Visualmente, Alien: Romulus se destaca com sua abordagem imersiva, resgatando com maestria a estética sombria e suja dos primeiros filmes. A direção de Álvarez, aliada à trilha sonora de Benjamin Wallfisch e a um design de som meticuloso, contribui para uma experiência auditiva e visual envolvente. Os efeitos práticos e a iluminação cuidadosa realçam a presença ameaçadora dos Xenomorfos e dos facehuggers, criando um terror palpável.

Podemos considerar o melhor filme da série desde Aliens: O Resgate, com uma narrativa envolvente e uma execução técnica impecável, Romulus não apenas agrada aos fãs de longa data, mas também apresenta o horror espacial a uma nova geração e se estabelece como uma adição valiosa à saga, reafirmando a capacidade de evolução da franquia, ao mesmo tempo que valoriza sua identidade.

Alien: Romulus estreou dia 15 de Agosto nos cinemas com mais de 80% de aprovação no Rotten Tomatoes.