Abracadabra | Revisitando os Clássicos

Abracadabra 2 chega ao Disney+ em 30 de setembro de 2022, 29 anos depois do original lançado nos cinemas em 29 de julho de 1993, com a intenção de ter um especial de Halloween da Disney, mas ao mesmo tempo não competir com O Estranho Mundo de Jack que viria meses depois e tem um tom mais sombrio.

O enredo conta a história de três bruxas, Winnie (Bette Midler, de Um Vagabundo na Alta Roda, Guerra dos Sexos, etc.), a irmã mais velha e mais mandona, Mary (Kathy Najimy, de Mudança de Hábito e Descendentes, entre outros), que tem o poder de farejar crianças, e a avoada e sensual Sarah (Sarah Jessica Parker, a eterna Carrie, de Sex and the City), que absorvem as almas de crianças para se manter jovens. Por se tratar de uma comedia, preferiram absorver em vez de comer. Ao serem surpreendidas pelos moradores da cidade ao cometerem tal atrocidade elas são enforcadas, mas antes lançam um feitiço em si próprias para voltarem a vida quando a vela da chama negra ser acesa por um virgem. Acidentalmente, um garoto as trazem de volta e elas tentam retomar a tarefa de coletar as almas das crianças, tendo o agravante de que elas só têm um dia para isso, e enfrentar três crianças e um gato falante que não vão medir esforços para impedir esses planos.

A arrecadação dos cinemas não foi dos melhores, mas quando o filme migrou para a TV criou uma legião de fãs que consumiram a obra em DVDs, isso já em 2002, tornando o filme numa espécie de filme cult. O tom altamente simplório talvez não conquiste as crianças de hoje em dia, mas não deixa de ser uma obra com grande carga nostálgica para o público da época. Voltando a falar das atrizes e suas interpretações temos: Midler transborda talento e está claramente à vontade ao brincar com estereótipos vilanescos, ela sabe como ninguém fazer uma comédia pastelão e caricaturas na medida certa. Kathy Najimy é outra que encaixa como uma luva nesse tipo de humor e Sarah tenta manter o tom de suas colegas. A estética da produção é algo a se admirar. É exagerada sob precisão, dando a clara sensação de ser um filme sobre terror, mas não de terror, já que o teor ingênuo precisava se sobressair. A casa das bruxas, por exemplo, tem objetos que podem ser encontrados em alguma loja de artigos de decoração para festas temáticas, nada que pareça real ou assustador demais, afinal é um filme Disney.

O elenco infantil é esforçado e consegue trazer carisma o suficiente para carregar a narrativa, principalmente Thora Birch (“Beleza Americana”). Vale destacar também a participação de Doug Jones (“A Forma da Água”), que interpreta inúmeras criaturas em seus trabalhos e tem um controle corporal excelente, fazendo aqui uma versão cômica de um zumbi pastelão.

Com seu estilo leve, bobo e cômico, “Abracadabra” consegue trazer elementos de horror que divertem sem assustar. Além disso, tem seus pontos positivos altamente destacados pelo inspirado trio de atrizes que soube brincar com estereótipos bruxos de maneira jocosa e animada, entretendo e colocando até nós brasileiros no clima do Halloween uma festa que a cada dia é mais celebrado por aqui.

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